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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Lançamento do livro Insubmissas Lágrimas de Mulheres, de Conceição Evaristo - BA


A escritora mineira Conceição Evaristo lança o livro Insubmissas Lágrimas de Mulheres, da editora Nandyala, no próximo dia 1º de março, no auditório Milton Santos do Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO-UFBA), às 18h. A antologia, composta por 13 contos, têm como protagonistas das histórias as mulheres negras. Dentro da cena, vozes-mulheres explicitam suas dores, anseios, temores, mas antes de tudo revelam a imensa capacidade de se retirem do lugar de sofrimento e inventarem modos de resistência.
Uma intima fusão entre as personagens, a voz ficcional de quem apresenta essas personagens e a autora, marca o processo criativo dos textos e afirma o projeto literário de Conceição Evaristo. Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense Conceição alcançou reconhecimento nacional com a publicação, em 2003, de seu primeiro romance, Ponciá Vicêncio. 
Para embelezar a noite a atriz Josiane Acosta fará uma pequena apresentação do recital poético Minas de Conceição Evaristo no qual reúne poemas da autora. A proposta faz parte das apresentações de um elenco de atrizes e músicos gaúchos que já desenvolvem esse trabalho. 
O primeiro livro de Conceição Evaristo foi Becos da Memória escrito em 1988 e publicado em 2006. Entre suas obras individuais estão Poemas da Recordação e Outros Movimentos, antologia poética, de 2008, que recebeu o Prêmio Portugal TELECOM 2009, figurando entre as 50 melhores publicações do mundo em Língua Portuguesa. Seus textos foram publicados nos Estados Unidos, na Inglaterra e na Alemanha. 
Em sua visita a Bahia, Conceição Evaristo também fará o lançamento do livro em Alagoinhas e ainda dará um curso, como convidada do Programa de Pós-graduação em Crítica Cultural, da UNEB .

SERVIÇO

O Quê: Lançamento o livro Insubmissas Lágrimas de Mulheres – antologias de contos de Conceição Evaristo
Quando: 1º.03.2012
Onde: Auditório Milton Santos do Centro de Estudos Afro-Orientais – CEAO/UFBA
Horário: 18h
*Obrigada por sua atenção. Caso queira mais informações favor contatar com:
Camila de Moraes –Ass. de Comunicação do CEAFRO/CEAO/UFBa
DRT. 14.833/RS
Tel. - (71) 3283.5520 ou (71) 8127.7035
Nazaré Mota- Coord. da área de Educação do CEAFRO/CEAO/UFBa
Tel. – 99036456 

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Quilombolas ganham reconhecimento legal pela 1ª vez no Ceará

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A comunidade de Alto Alegre é uma das beneficiadas em Horizonte
FOTO: RODRIGO CARVALHO
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O próximo passo é a desapropriação de não-quilombolas das cinco comunidades contempladas
Limoeiro do Norte O Ceará obteve, neste mês, a primeira legitimação dos processos de reconhecimento e delimitação de seus territórios quilombolas. É um marco na luta de comunidades remanescentes de quilombos. A partir de agora, não se pode mais contestar que cinco comunidades nos Municípios de Horizonte, Pacajus, Tamboril, Araripe e Salitre são quilombolas e, portanto, originárias de comunidades de negros fugidos durante a escravidão.

O reconhecimento foi assinado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e publicado no Diário Oficial da União (DOU). O próximo passo é o processo de desapropriação de não-quilombolas das áreas. Em todo o Ceará, há 26 territórios em processo de reconhecimento quilombola.

Há muito já se sabe da presença de comunidades quilombolas no Ceará, mas esta é a primeira vez que se chega ao estágio de legitimidade que aponta, de forma incontestável, o fato de um determinado povo ser quilombola. Foi o que aconteceu às comunidades de Alto Alegre e Base, entre os Municípios de Horizonte e Pacajus, de Lagoa das Pedras e Encantados do Bom Jardim, em Tamboril, e de Sítio Arrusa, entre os Municípios de Araripe e Salitre. O Incra identificou 476 famílias remanescentes de quilombos nesses três territórios que somam 2.882 hectares.

As três portarias foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) no dia 15 de fevereiro e encerram a fase de análise e julgamento de contestações dos estudos antropológicos, agronômicos e cartográficos já realizados pelo Incra.

Os estudos de cada território foram reunidos em documentos chamados Relatórios Técnicos de Identificação e Delimitação (RTID), publicados no DOU e no Diário Oficial do Estado (DOE), entre dezembro de 2008 e dezembro de 2010, quando foram abertos os prazos para contestações. Assim, o Instituto publica uma Portaria de Reconhecimento delimitando os limites das áreas. Agora, os três territórios terão regularização fundiária, processo que vai da desapropriação dos não pertencentes à comunidade, desintrusão e titulação da terra.

No Ceará, estão em andamento 26 processos de reconhecimento e identificação de territórios quilombolas. Desses, dez estão em estágios mais adiantados para a titulação das terras, sendo os três territórios recém-definidos em situação mais avançada.

Processos
Há muito se sabe da presença e preservação cultural de comunidades negras no Ceará advindas da luta de escravos fugidos em busca de liberdade. O que faltava era um reconhecimento legal. Os atuais processos em fase "avançada" acontecem tardiamente, pois só há pouco mais de dois anos o Incra no Ceará possui um antropólogo para fazer os levantamentos junto às comunidades. Esse profissional das Ciências Sociais é responsável por acompanhar e registrar o processo de auto-reconhecimento dos povos como quilombolas.

"Esses foram os três primeiros reconhecidos como comunidades quilombolas, outras estão no mesmo processo", afirma o antropólogo José da Guia. Ele trabalhava no Incra em Roraima, e foi remanejado para o Ceará devido à forte demanda deste Estado. "Mas, até agora, os processos de reconhecimento estão pacíficos", afirma Mário Evaristo, da divisão de regularização fundiária do Incra. Mas ele admite que os processos de desapropriação e desintrusão são os mais delicados. Existe o potencial de conflito no território pertencente à comunidade de Alto Alegre (Horizonte), pois existem loteamentos imobiliários, inclusive com casas já construídas.

Há alguns processos de reconhecimento quilombola no Ceará suspensos a pedido das próprias comunidades. É o caso da comunidade de Bastiões, em Iracema (região jaguaribana). A notícias de que ali se faria reconhecimento e delimitação de terras causou forte reação de algumas famílias não-negras que ali moram ou têm casas de veraneio.

O Ministério Público Federal questionou o Incra quanto à interrupção do processo. "Os processos não foram arquivados. Estamos estabelecendo um diálogo de esclarecimento", diz o antropólogo José da Guia. Ele acredita que um erro de interpretação possa causar conflitos nas áreas em estudo.

"O que verifico são os critérios de pertencimento à comunidade", frisa, para ilustrar que se há casos de não-negros que têm vínculo sanguíneo ou de casamento, por exemplo, com a comunidade. Esses grupos tendem a ficar e ser declarados pertencentes aos quilombolas.

Desde 2003, o Incra é o responsável pela titulação dos territórios quilombolas no Brasil. Os processos se iniciam quando a comunidade solicita abertura de processo administrativo. A comunidade deve estar registrada na Fundação Cultural Palmares, que emite uma Certidão de Auto-reconhecimento.

Mais informaçõesInstituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)
Avenida José Bastos, 4700,
Couto Fernandes - Fortaleza
Telefone: (85)3299-1326

MELQUÍADES JÚNIORREPÓRTER

Escola Doutoral 2012 Fábrica de Ideias terá como tema "Tecnologia, consumo e identidades" - BA

6-16 de agosto de 2012

 EDITAL


A Escola Doutoral 2012 FÀBRICA DE IDÉIAS é o resultado da parceria entre dois programas de pós-graduação da Universidade Federal da Bahia, o Programa Fábrica de Idéias, associado ao Programa de Pós Graduação em Estudos Étnicos e Africanos, e o Programa de Pós Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas-FACOM/UFBA. O Pós-Com é um programa de Pós Graduação em Comunicação com nível de excelência na área de comunicação, cultura e tecnologia. O Programa Fábrica de Idéias realiza já pelo décimo quinto ano consecutivo o Curso Avançado Fábrica de Idéias, que visa contribuir para a formação de pesquisadores que estudam processos de racialização e formação de identidades étnicas. O Curso adota uma perspectiva comparativa, explorando vários contextos e espera promover o intercâmbio entre estudantes e professores de diversas regiões do Brasil e de outros países, sobretudo no eixo Sul-Sul.
Esse ano o curso abordará a vasta produção teórica bem como as reflexões contemporâneas em torno de temas como globalização, cidadania, comunicação, consumo, política, desenvolvimento tecnológico e seus impactos na formação de processos identitários.
Em uma serie de seminários serão apresentados e discutidos também o crescimento de centros e departamentos de Tecnologias para as humanidades, museus e arquivos digitais, usos e apropriações populares de termos como web, Internet, mídias e redes sociais, a interface entre cultura popular e tecnologia, o crescimento e o papel de Blogs como espaço de atuação jornalística na África e no Brasil, assim como as diversas formas de etnografia digital.
Docentes: André Lemos (Pos-Com), Wilson Mattos (Pos-Com), Annalisa Frisina (Universitá di Padova), Abdoumaliq Simone (Goldsmith College & SOAS, Londres), Zita Nunes (University of Maryland), Sonia Melo (Nações Unidas).
O Curso, em caráter intensivo, consistirá de 8 horas de aulas diárias durante onze dias. Cada sessão tratará de um tema numa perspectiva interdisciplinar, composta pelas abordagens histórica, sociológica, antropológica e das teorias da comunicação. Buscar-se-á enfocar três temas centrais: a relação entre Tecnologias (digitais, corporais e simbólicas), Consumo (para além das relações objetivas, pensado também como espaço de produção de subjetividades) e Produção de Identidades locais e globais. Como é tradicional neste Curso, as aulas serão ministradas por professores com ampla experiência de pesquisa no tema abordado. Para a edição XV serão selecionados até 40 alunos, por meio de uma seleção internacional. Os candidatos deverão estar cursando ou concluído o mestrado e/ou doutorado.
Os participantes receberão o material didático em formato digital disponibilizado em nossa página, devendo, em contrapartida, arcar com as despesas relacionadas com as passagens, hospedagens e alimentação.
Serão disponibilizados ainda no sitio web do Fábrica de Ideias indicações de hotéis, pousadas e restaurantes, que oferecerão desconto para os participantes do curso.

Os participantes deverão durante o curso proceder à leitura da bibliografia obrigatória e deverão ter ativa participação nas discussões, constituídas, em grande parte, por textos em inglês.
Todos deverão incorporar seus interesses de pesquisa aos debates, não obstante devamos alertar que não será possível analisar exaustivamente o conteúdo das pesquisas de cada participante. Por outro lado, os estudantes serão encorajados a tratar dos seus temas de pesquisa em todos os módulos do curso, além daquele exclusivamente dedicado à discussão dos projetos individuais. As aulas serão ministradas em português e inglês. As aulas em inglês serão com tradução. Daí a exigência de proficiência para quem pretenda acompanhar o curso.
A permanência dos alunos no curso estará condicionada a avaliação que levará em conta frequência e participação. Ao todo serão computadas 64 horas aula que equivalem a 4 créditos. Será conferido certificado àqueles que apresentarem desempenho satisfatório.
A Escola Doutoral se realiza no auditório da Faculdade de Comunicação e no Centro de Estudos Afro-Orientais da FFCH.

REQUISITOS PARA INSCRIÇÃO:

Os candidatos deverão ter formação pós-graduada ou equivalente. Uma comissão fará a seleção com base na documentação apresentada e suas decisões serão definitivas.
Os interessados em participar deverão preencher o formulário on line disponível no site http://www.fabricadeideias.ufba.br, no período compreendido entre 01 de março a 15 de abril de 2012 O formulário poderá ser preenchido em português, espanhol ou na versão em inglês.
  
No preenchimento deste formulário, deve-se prestar atenção para:
ü  Uma carta (no máximo duas laudas) que exponha os motivos do interesse pelo curso e descreva em que medida este contribuirá para a formação do candidato e o desenvolvimento da pesquisa;
ü  Curriculum Vitae resumido (no máximo 5 laudas), no formato Lattes para os brasileiros;
ü  Uma síntese do projeto de pesquisa com, no máximo, 5 laudas (espaço simples, fonte Times New Roman 12), incluída a bibliografia utilizada no resumo do projeto
ü  Cópia de um artigo, ou um capítulo da dissertação ou da tese de doutorado;

O resultado da seleção será divulgado até 10 de maio de 2012

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Ato Show em solidariedade ao Quilombo Rio dos Macacos - BA

UFMG promove curso de formação pré-acadêmica - MG

O Curso de Formação Pré-Acadêmica: Afirmação na Pós destina-se a preparar candidatos para a seleção em programas de pós-graduação stricto sensu (nível mestrado). Nessa preparação, além da oferta de disciplinas serão promovidos seminários para socialização de estratégias de formação acadêmica e conhecimento dos programas de pós-graduação. Os/as cursistas/as serão acompanhados/as desde o processo de elaboração de projetos de pesquisa até a inscrição em processos seletivos de programas de pós-graduação stricto sensu.
O Curso de Formação Pré-Acadêmica: Afirmação na Pós é promovido pelo Consórcio UFMG e UEMG, através de suas respectivas Pró-Reitorias de Extensão, pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Educação e Relações Étnico-Raciais da UEMG, Programa Ações Afirmativas na UFMG, Projeto Conexões de Saberes na UFMG, Observatório da Juventude da UFMG e Observatório da Educação Indígena da UFMG. O curso conta com a parceria do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros do CEFET-MG e recebe financiamento da Fundação Ford e da Fundação Carlos Chagas. 

INSCRIÇÕES E MAIS INFORMAÇÕES: http://www.ufmg.br/proex/afirmacao/

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

VII Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as) - SC

Evento: VII Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as) (COPENE 2012)
Local: será sediado na cidade de Florianópolis - SC
Tema: “Os Desafios da Luta Antirracista no século XXI”
Homenageados: Vicente Francisco do Espírito Santo (in memoriam) e os professores Abdias do Nascimento (in memoriam), Lélia Gonzalez (in memoriam) e Kabengele Munanga
Quando: 16 a 20 de julho de 2012
Site: www.abpn.org.br/copene


Objetivo Geral do Congresso

O objetivo geral do congresso é reunir pesquisadores(as) negros(as) e discutir, apresentar, ampliar e avaliar as ações e estratégias de combate ao racismo, as políticas públicas direcionadas à população negra brasileira e as produções científico-acadêmicas elaboradas nas últimas décadas. Deste modo, o debate e a divulgação dos trabalhos realizados têm o propósito de enriquecer e ampliar possibilidades de reflexão e produção de saberes. Nesse sentido, a presente edição do Congresso dá continuidade aos diálogos inaugurados nas edições anteriores por meio do fomento às interações entre pesquisadores(as) e instituições de pesquisas nacionais e internacionais, de modo a ampliar os debates e proposições na luta antirracista.

Normas para envio de propostas de simpósios temáticos


Clique aqui para acessar o formulário de Proposição de Simpósios Temáticos.



Datas Importantes/Cronograma


17/01 a 15/02 - envio de propostas de simpósios temáticos - inscrições abertas !!!!!!!

29/02/2012 - divulgação dos resultados.
01/03 a 02/04/2012 - inscrições nos simpósios temáticos.
15/04 a 20/04/2012 – envio de carta aceite de participação nos simpósios.
01/05 a 31/05/2012 - inscrições para ouvintes.
16 a 20/07/2012 – COPENE.

Eixos Temáticos


1. Pan-africanismo nas Américas

2. Identidades e identificações
3. Saúde da população negra
4. Diversidade, relações de gênero e sexualidade
5. Direito e justiça
6. Educação Básica
7. Artes e linguagens
8. Literaturas e diásporas
9. Memória e patrimônio
10. Comunidades tradicionais
11. África: cultura e história
12. História das diásporas
13. Comunicação, mídia e racismo
14. Racismo e questões urbanas
15. Ciências e tecnologia
16. Branquidade/Branquitude
17. Filosofia em África e diáspora
18. Desenvolvimento econômico e discriminação
19. Religiosidades
20. Juventudes
21. Educação superior
22. Raça e racismo
23. Políticas públicas e questões raciais
24. Corpo e Movimento

Síntese da Programação do COPENE (provisória)


16/07/2012

Credenciamento
Conferência de Abertura
17/07/2012
Credenciamento
08:00 às 10:00 e 10:30 às 12:30 – Mesas Redondas
13:30 às 15:00 – Apresentação de Pôsteres
16:00 às 18:30 – Mesas de Comunicação Coordenadas
Conferência
Programação Cultural
Lançamento de Livros
18/07/2012
08:00 às 10:00 e 10:30 às 12:30 – Mesas Redondas
13:30 às 18:30 – Mesas de Comunicação Coordenadas
Conferência
Programação Cultural
Lançamento de Livros
19/07/2012
08:30 às 12:00 - Minicursos
14:00 às 18:00 – Assembleia Geral da ABPN
Conferência
Programação Cultural
Lançamento de Livros
20/07/2012
08:30 às 12:00 - Minicursos
13:30 às 18:30 – Mesas de Comunicação Coordenadas
Encerramento

Promoção

Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as)

Realização

Universidade do Estado de Santa Catarina
Universidade Federal de Santa Catarina
Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as
Instituto Luiza Mahin

Contato/dúvidas sobre o evento
Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB)
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Telefone: (48)3321-8525/8532
E-mail: viicopene@gmail.com

A República Escangalhada, o Racismo

Hamilton Borges dos Santos (Walê)

“Chega de negociar , não dá pra achar que vencemos agora é hora de enfrentamento” Makota Valdina Pinto
Vi toda a comunidade do Quilombo dos Macacos, situada na ponta do subúrbio ferroviário(Salvador) e em Simões Filho um dos mais importantes pólos industriais da Bahia, estava lá a comunidade , emocionada e nos emocionando , combustível para essa luta inglória. O Quilombo dos Macacos vive em uma guerra, reféns da instituição de tortura mais cara de pau dessa republica de fachada: a Marinha do Brasil. A mesma que torturava a base de chicote os bravos rebelados da Revolta da Chibata, mantém um saldo de analfabetismo, tortura, desaparecimento, morte, espancamento e violação de direitos desde os tempos da Ditadura Militar. E agora querem despejar de sua morada centenária várias famílias do Quilombo dos Macacos. Makota Valdina disse não com a dignidade em riste e foi mal interpretada por muitos militantes institucionais de plantão, aquela turma do acomoda com projetos mirabolantes e bolsas internacionais pra fazer reunião em lugares cuja rua e/ou bairro mal conhecem. Esta turma que se acostumou a negociar o inegociável ficou arisca quando Makota Valdina os chamou para o enfrentamento. Nós da Quilombo Xis /Reaja aceitamos convocação.
Estaremos firmes com nossos irmãos e irmãs para atuar por todos os meios necessários, para atuar pela liberdade e não é blefe ...é quente.
O outro ponto importante que destacamos aqui é a greve da polícia. Nas redes sociais uma série de análises apressadas sobre a guerra como se fosse uma guerra instalada agora, como se não vivêssemos em permanente tensão recolhendo corpos de nosso povo pelos bueiros da segurança pública.
De novo apenas, é: O Governador do Estado da Bahia reconhece que a polícia usa métodos de extermínio quando quer alcançar alguns objetivos. Agora usou vários moradores de rua como moeda de troca para negociar/tensionar sua greve insana de fuzil e pistola na mão, promovendo, saque , morte e terror em áreas há muito deflagradas com o medo e a rapinagem estatal de arma em punho. Falamos ao governo insistentemente que era necessário manter a delegacia especial contra crimes de extermínio, dissemos que os grupos de extermínio não tinham sido dissolvidos com essa “nova Bahia”, não fomos ouvidos nem pelos parlamentares que elegemos . e Haja relatório com gosto de milho americano.
A greve da PM traz um debate que muitos tangenciam: a importante pauta da esquerda antes dessa ascensão ao poder e ao lado direito da política, a pauta da desmilitarização da polícia, uma polícia com modus de uma polícia militarizada, subordinada ao exército, pesando ainda a ideologia de segurança nacional, na qual os pobres, nós negros somos os inimigos internos. Precisamos dar lugar a outra lógica de segurança, talvez republicana , talvez democrática, esses conceitos vazios que os governantes usam como o gelo em seu drink diário.
Marcus Prisco não é nenhum herói, mas também não é o demônio que querem pintar. Talvez ele tenha mostrado o sexo do rei nesse atrapalhado episódio de conseqüências trágicas .
Essa é nossa república escangalhada, uma farça , um fiasco estatal. É o arcebispo que negociando nossa segurança num estado laico; a Presidenta. ex –presa política exigindo instalação imediata de tribunais militares para sumariar grevistas.O governador sindicalista recorrendo as forças armadas como primeiro e único mecanismo de negociação/pressão e o povo negro e pobre fica por sua conta no meio do caos..
Restam os poetas , os maloqueiros , os rappers ...meus /minhas companheiros /as , que dispostos a luta , se preparam para exigir da Marinha do Brasil mas respeito ao povo preto desse pais , por que daqui pra frente Todo Somos Quilombo dos Macacos e a Marinha do Brasil não vai sujar o mar com nosso sangue.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sarau Bem Black também é Quilombo dos Macacos - BA

Nesta quarta quase carnaval, o Sarau Bem Black entra também em clima de confraternização, mas não se ilude com a falsa “alegria geral” que a festa promove em parte. Na verdade. nossa confraternização se dá sempre na luta pelo nosso povo, por nós. Então duas são as urgentes demandas dessa edição do Sarau:

1- Adesão ao movimento contra a desocupação do Quilombo do Rio dos Macacos, um remanescente de quilombo ameaçado pela arrogância, desrespeito e força bélica da Marinha do Brasil. Já está marcada a data para reintegração de posse: dia 04-03.12! Não podemos permitir que se repita na Bahia as mesmas cenas lamentáveis de Pinheirinho, uma barbárie promovida pelo governo de São Paulo e Prefeitura de São José dos Campos. Haverá a presença de líderes desse movimento, além de artistas e ativistas que aderiram à causa (assista o vídeo em anexo).

2-Conforme divulgamos, arrecadaremos alimentos para nossa irmã Almerinda, que sofreu violência física da Polícia Militar da Bahia durante o último FEMADUM. Como todos sabem Almerinda perdeu uma vista por causa de um golpe de cassetete de um policial truculento. Além de ser afetada fisicamente, ela tem seu emocional afetado, impedindo-a de trabalhar. Pedimos a todos que comparecerão ao Sarau Bem Black que tragam um quilo (ou mais é lógico) de alimentos fundamentais, como arroz, feijão, macarrão, açúcar, pó de café... E também leite em pó e longa vida.

No mais, muita poesia, como sempre, no entanto acompanhada de um debate esclarecedor sobre os conflitos que envolvem nossos irmãos.

“A família é grande e dispersa, mas Mãe só temos uma: África! One People! One love!”

Com Respeito Sempre,
Nelson Maca

FICHA:

Sarau Bem Black – Também é Quilombo Rio dos Macacos
Local: Sankofa African Bar
Data: Quarta-feira 15.02
Horário: Início às 19h

Programação:
19h- Exibição – Doc. Quilombo Rio dos Macacos (Josias Pires)
- Comunicação: Lideranças do Mov. Contra a desocupação do Quilombo Rio dos Macacos
- Sarau Poético
- Dj Joe toca clássicos do blocos afros de Salvador


http://www.youtube.com/watch?v=bwUXjUzqU6w

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Revista Olhares Sociais, da UFRB, apresenta Dossiê Quilombo

http://www.olharessociais.com.br/wp-content/uploads/revista_12.jpg


QUILOMBO Apresentação do dossiê.

 

 

ARTIGOS


OBS.: EM BREVE O ISSN DA REVISTA SERÁ DISPONIBILIZADO.

Seminário de Professores Mellon 2012 em Salvador (Bahia), Brasil - BA

Raça, Direitos e Rebelião
Responsável: Dr. Keisha-Khan Y. Perry,
Professora Universitária Assistente de Estudos Africanos, Brown University

Como é que os problemas de reconhecimento cultural que os negros enfrentam se relacionam com a desconstrução quotidiana de formas institucionais de racismo baseado em gênero e classe social e com o acesso a recursos materiais vitais? Porquê e como é que mulheres negras, as quais incluem uma vasta maioria no grupo de trabalhadores pobres, lideram movimentos sociais? Estas são apenas duas das questões sobre cultura brasileira negra e política que tentaremos responder neste seminário. Através desta exploração, compreenderemos como é que a educação de brasileiros negros, a produção cultural e o ativismo social se tornaram simultaneamente fundados no pensamento nacionalista, consciência de diáspora Africana, identificação racial e política de classes trabalhadoras.

O Seminário terá lugar em Salvador, cidade capital do estado nordeste da Bahia. A população negra constitui a maioria da população urbana, uma das maiores do mundo, logo seguida de Lagos, Nigéria. Apesar desta impressionante presença negra, os negros representam apenas uma pequena minoria no governo, na educação superior e na elite da cidade. Desde a escravatura, os negros sempre tiveram de enfrentar adversidades árduas relativas à utilização, controlo e propriedade do espaço urbano. Este seminário se centrará em problemas estruturados no passado e nos dias presentes, protestos sociais, revoltas e rebeliões tal como elas se inter-relacionam com questões de raça, cultura e direitos. Desde revoltas antiesclavagistas até problemas com os direitos das terras, ação afirmativa e tolerância religiosa, este seminário enfatizará como pessoas de descendência africana na Bahia, e no Brasil, têm aplicado noções de direitos de cidadania e recursos socioletais fundados na diferença cultural. Além disso, a transformação da forma como a sociedade brasileira vê os negros culturalmente, socialmente e intelectualmente representa um aspeto muito significante dos movimentos sociais negros relativos à reclamação de direitos de cidadania, tais como terras, saúde, habitação, educação, liberdade religiosa e um ambiente limpo.

Nesta perspetiva, o seminário dará muita atenção à educação dos negros Baianos e à liderança política, assim como ao ativismo de gênero, particularmente em organizações de movimentos sociais. Estas questões não só iluminarão a forma como as mulheres negras são atoras de movimentos sociais em lutas locais relacionadas com terra, direitos de habitação, contra o abuso da polícia e violência, etc., mas também permitirá uma compreensão mais profunda de como o trabalho politico e cultural das mulheres negras tem melhorado historicamente as condições sociais de comunidades negras coletivamente. Um objetivo central de nosso trabalho, em parte, envolve trazer vozes negras, especialmente as de mulheres negras, para a liderança de debates acadêmicos e discursos sobre ativismo negro na Bahia, assim como explorar as relações teóricas entre raça, gênero, classe social, cultura, poder e política. Desta forma, as leituras do seminário e as discussões serão desenhadas com base numa diversidade interdisciplinar de pesquisa crítica em antropologia, história, pensamento feminista, teoria crítica de raça, música e literatura. Os oradores convidados incluirão acadêmicos feministas reconhecidos, investigadores da Bahia, defensores de justiça social, artistas e líderes religiosos. Por último, um exame da organização cultural e política grupal de brasileiros negros alargará nosso conhecimento sobre problemas globais de liberação e cidadania, bem como localizará devidamente a história e a cultura da Bahia dentro do contexto de luta diaspórica por direitos.


DATA DO SEMINÁRIO DE PROFESSORES MELLON: 5-15 JULHO, 2012

ELIGIBILIDADE

Os Seminários de Professores Mellon foram concebidos como oportunidades de enriquecimento para professores universitários que ensinam em faculdades e universidades membros do United Negro College Fund (UNCF). O Comitê de Seleção convida professores universitários ou professores qualificados em disciplinas ou áreas Mellon a se candidatar. Os Seminários de Professores Mellon serão compostos por investigadores juniores e seniores que estejam a trabalhar ou desenvolvam atividade em instituições pertencentes à UNCF e professores universitários juniores e seniores de Salvador, Bahia.

Os projetos dos professores podem contribuir para o conhecimento acadêmico na disciplina ou área específicas, ou para a compreensão do público geral do que é a investigação no meio acadêmico. O trabalho dos vencedores deverá resultar em publicação, exibição, reforma curricular ou qualquer outro produto concreto. Assim como os Seminários de Professores, os projetos devem ser baseados em áreas acadêmicas e disciplinas apoiadas por Mellon. Estas áreas e disciplinas são: Antropologia, Estudos de Área, História de Arte, Culturas Clássicas, Informática, Demografia, Ciências da Terra, Ecologia, Inglês, Etnomusicologia, Línguas Estrangeiras, Geologia, História, Literatura, Matemática, Musicologia, Filosofia, Física, Teoria Política, Religião, Sociologia, Estudos de Mulheres e outros campos que apliquem métodos históricos e filosóficos.


O Prémio

O prêmio cobre as despesas associadas com a participação no Seminário de Professores Mellon. O prêmio inclui o seguinte para cada participante no seminário:

Um quarto privado e alimentação durante o período de seminário de professores
$500.00 para compra de livros para o desenvolvimento do curso e pesquisa
(Livros obrigatórios para o Seminário serão dados)

Se selecionados, professores membros são obrigados a participar em todas as atividades associadas com o Seminário de Professores Mellon, incluindo excursões a lugares históricos.

Para estimular a disseminação e exploração de temas e questões centrais para os Seminários de Professores Mellon, os participantes nos seminários são obrigados a apresentar sua pesquisa apoiada por Mellon em colóquios e conferências em suas instituições de origem.



REQUERIDO PARA CANDIDATURA

Os Programas da UNCF/Mellon têm parceria com as seguintes instituições brasileiras:

CEAO
Oficial de Nomeação: Paula Barreto

Instituto Steve Biko/ The Steve Biko Institute
Oficial de Nomeação: Sílvio Humberto

ABPN
Oficial de Nomeação: Nilo Rosa

Necessita de ser nomeado pelo oficial de nomeação em sua instituição. Candidaturas enviadas diretamente para os Programas UNCF/Mellon não serão aceites.

Candidaturas devem ser escritas a computador e devem consistir dos seguintes materiais:

v Um formulário de candidatura completo
v Um abstract de uma página que sumarize o propósito do projeto, seus objetivos e finalidades
v Uma página detalhada com a descrição do projeto que contenha menção da importância do mesmo para o campo de pesquisa disciplinar do candidato, assim como o impacto do projeto na pedagogia
v Uma discussão completa de como a proposta de projeto do candidato está relacionada com o tema e com o conteúdo do seminário (2 páginas no mínimo)
v O curriculum vitae
v Duas cartas de recomendação


PRAZO DE CANDIDATURA

O prazo para o Seminário de Professores Mellon 2012 é 13 de Fevereiro de 2012. As candidaturas são consideradas uma vez cada ano. Cada instituição brasileira parceira pode nomear três (3) professores participantes. Pelo menos um (1) professor membro representante de cada uma das instituições parceiras brasileiras será selecionado. Os oficiais de nomeação enviarão candidaturas completas para Dr. Keisha-Khan Perry em keisha-khan_perry@brown.edu. Para mais informação, os candidatos devem contatar Dr. Cynthia Neal Spence em cspence@spelman.edu.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

VII COPENE (Congresso Brasileiro de Pesquisadores/as Negros/as) - SC




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VII CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISADORES/AS NEGROS/S


Evento: VII Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as) (COPENE 2012)
Local: será sediado na cidade de Florianópolis - SC
Tema: “Os Desafios da Luta Antirracista no século XXI”
Homenageados: Vicente Francisco do Espírito Santo (in memoriam) e os professores Abdias do Nascimento (in memoriam), Lélia Gonzalez (in memoriam) e Kabengele Munanga
Quando: 16 a 20 de julho de 2012

Objetivo Geral do Congresso
O objetivo geral do congresso é reunir pesquisadores(as) negros(as) e discutir, apresentar, ampliar e avaliar as ações e estratégias de combate ao racismo, as políticas públicas direcionadas à população negra brasileira e as produções científico-acadêmicas elaboradas nas últimas décadas. Deste modo, o debate e a divulgação dos trabalhos realizados têm o propósito de enriquecer e ampliar possibilidades de reflexão e produção de saberes. Nesse sentido, a presente edição do Congresso dá continuidade aos diálogos inaugurados nas edições anteriores por meio do fomento às interações entre pesquisadores(as) e instituições de pesquisas nacionais e internacionais, de modo a ampliar os debates e proposições na luta antirracista.

Normas para envio de propostas de simpósios temáticos

Clique aqui para acessar o formulário de Proposição de Simpósios Temáticos.


Datas Importantes/Cronograma

importante_copene17/01 a 15/02 - envio de propostas de simpósios temáticos - inscrições abertas !!!!!!!
29/02/2012 - divulgação dos resultados.
01/03 a 02/04/2012 - inscrições nos simpósios temáticos.
15/04 a 20/04/2012 – envio de carta aceite de participação nos simpósios.
01/05 a 31/05/2012 - inscrições para ouvintes.
16 a 20/07/2012 – COPENE.


eixos_tematicos

Eixos Temáticos

1. Pan-africanismo nas Américas
2. Identidades e identificações
3. Saúde da população negra
4. Diversidade, relações de gênero e sexualidade
5. Direito e justiça
6. Educação Básica
7. Artes e linguagens
8. Literaturas e diásporas
9. Memória e patrimônio
10. Comunidades tradicionais
11. África: cultura e história
12. História das diásporas
13. Comunicação, mídia e racismo
14. Racismo e questões urbanas
15. Ciências e tecnologia
16. Branquidade/Branquitude
17. Filosofia em África e diáspora
18. Desenvolvimento econômico e discriminação
19. Religiosidades
20. Juventudes
21. Educação superior
22. Raça e racismo
23. Políticas públicas e questões raciais
24. Corpo e Movimento


Síntese da Programação do COPENE (provisória)


16/07/2012
Credenciamento
Conferência de Abertura
17/07/2012
Credenciamento
08:00 às 10:00 e 10:30 às 12:30 – Mesas Redondas
13:30 às 15:00 – Apresentação de Pôsteres
16:00 às 18:30 – Mesas de Comunicação Coordenadas
Conferência
Programação Cultural
Lançamento de Livros
18/07/2012
08:00 às 10:00 e 10:30 às 12:30 – Mesas Redondas
13:30 às 18:30 – Mesas de Comunicação Coordenadas
Conferência
Programação Cultural
Lançamento de Livros
19/07/2012
08:30 às 12:00 - Minicursos
14:00 às 18:00 – Assembleia Geral da ABPN
Conferência
Programação Cultural
Lançamento de Livros
20/07/2012
08:30 às 12:00 - Minicursos
13:30 às 18:30 – Mesas de Comunicação Coordenadas
Encerramento

Promoção
Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as)

Realização
Universidade do Estado de Santa Catarina
Universidade Federal de Santa Catarina
Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as
Instituto Luiza Mahin
contato_copene


Contato/dúvidas sobre o evento
Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB)
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Telefone: (48)3321-8525/8532

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Marcha Contra o RACISMO, a Higienização Sócio Racial e a Criminalização da Pobreza - SP

DIA 11 DE FEVEREIRO

SÁBADO
Concentração às 14h
Praça do Metro Santa Cecília - SP
Clique AQUI e baixe o texto manifesto do Ato:
O Estado, racista, oprime a todos nós!
"Quantas guerras vou ter que vencer por um pouco de paz?"


Basta de racismo, "higienização" sócio-racial e criminalização da pobreza

Passados 124 anos da abolição da escravidão, a população negra continua sendo o alvo preferencial da violência do Estado e das elites brasileiras. Seja através das ações diretas do Estado, como a Polícia Militar, ou no cotidiano das relações sociais, o racismo segue como importante dinamizador da opressão e da barbárie no Brasil.
No curto período de 45 dias, em plena "virada de ano", assistimos situações que não deixam dúvidas de que o racismo permeia e motiva ações de violência e desrespeitos à dignidade e aos direitos humanos da população.

Racismo em todos os cantos

No início de dezembro, todos souberam do caso de Ester Elisa da Silva Cesário, negra, de 19 anos, que trabalhava como estagiária no colégio Internacional Anhembi Morumbi a té que sua chefe exigiu que ela alisasse o cabelo para permanecer no emprego. Pouco depois, um menino etíope, de seis anos, foi jogado para fora do restaurante Nonno Paolo ao ser "confundido" com uma criança de rua.

Já no início do ano, soubemos da lamentável história do jovem negro Michel Silveira, que foi preso de forma irregular, ficando dois meses encarcerado, acusado injustamente por um assalto, apesar de várias testemunhas comprovarem que, na hora do roubo, ele estava no seu local de trabalho.

No mesmo período, as imagens de outro jovem negro, Nicolas Barretos, sendo agredido por um policial militar racista, dentro da USP, ganharam as redes sociais expondo algo que há se sabe: a USP quer se manter como um espaço da elite (ou seja, branco). E para tal, inclusive, esta ameaçando de fechamento a principal entidade de combate ao racismo no seu interior: o Núcleo de Consciência Negra.


Cracolândia, Moinho, Pinheirinho: o racismo também esteve lá!

Enquanto isso, no centro da cidade, a Favela do Moinho "pegou fogo" e as 500 famílias foram jogadas a sua própria sorte. E bem perto dali, na "Cracolândia", a prefeitura e o governo do Estado, ao invés de tratarem a dependência química como um problema social e de saúde, investiram na repressão e em sucessivos ataques, causando apenas, como eles próprios denominaram a operação, "dor e sofrimento".

A mesma dor e sofrimento que foram enfrentados no Pinheirinho, em São José dos Campos, onde, depois de 8 anos de luta, seis mil pessoas viram seus sonhos e casas destruídos, pelo governador Alckmin e o prefeito da cidade apenas para beneficiar um corrupto confesso, Naji Nahas.

E não há dúvidas que o racismo também marcou estas histórias, como sempre, lado a lado com a exploração econômica e a marginalização social. Afinal, não há nenhuma dúvida sobre a "cor" da maioria dos homens e mulheres que viviam nestas comunidades: negros e negras.


Estado racista e opressor!

O Estado racista oprime a todos. Lamentavelmente, o Brasil é um país onde cabelo liso é padrão estético e corporativo; pobreza é crime e problemas que deveriam ser tratados por médicos viram caso "de polícia". Este é um país onde ser negro e pobre é passível de "punição", prisão e morte. No entanto, nada acontece com o colégio que discriminou

nem com o restaurante que humilhou nem com o delegado que prendeu sem provas ou com o PM que atacou o estudante. Muito menos com quem ateou fogo ao Moinho, decidiu "dedetizar a luz", tratando gente como ratos, ou esteve à frente da tropa que invadiu o Pinheirinho.

Nada acontece, porque a impunidade, a "justiça" e as autoridades do Estado estão do lado destes "senhores", para garantir seus privilégios. O racismo brasileiro é isso: assassinato direto e indireto, maus tratos, falta de políticas públicas, desleixo, naturalização da desgraça, criminalização da pobreza.

Em todos os casos, em uma ponta, oprimindo e explorando, estão o Estado, os governos, a polícia, o judiciário, os interesses dos ricos e a manutenção de normas e padrões contrários ao povo. Na outra ponta, estão os pobres, a classe trabalhadora, as estagiárias, os agentes de saúde, os estudantes, os dependentes químicos, os sem teto, as mulheres vitimadas pelo machismo ou gays, lésbicas, bissexuais e travestis (LGBT) que sofrem com a homofobia.


Uma multidão de explorados e oprimidos que, num país como nosso, é inegavelmente, de maioria negra.

Basta!

Apesar de muitos acreditarem na farsa de que vivemos numa democracia racial, há 512 anos o racismo tem papel determinante na estrutura de dominação e na prática da opressão no Brasil. É hora de reconhecer isto e ir à luta.

É hora de nos organizarmos, juntarmos forças com os demais setores oprimidos e explorados, denunciarmos toda e qualquer atitude discriminatória e, sobretudo combatermos o racismo.

Em décadas de luta, fomos capazes de aprovar leis, criar organismos institucionais e produzir pesquisas e estudos que deslegitimam o racismo e punem sua prática. Mas, isto, contudo, ainda não foi suficiente para que negras e negros conquistem os direitos e a liberdade que merecem.

Os ataques recentes são provas de que racismo permanece ativo e operante. Por isso, exigimos que o Estado brasileiro (em todos os seus níveis, municipal, estadual e federal) e todos os que sejam coniventes e cúmplices destas práticas sejam responsabilizados e punidos!

"O Racismo está aqui! Basta!!!

Nossas bandeiras:
Contra o genocídio da juventude negra.
Contra a homofobia.
Contra o machismo.
Contra o encarceramento em massa.
Contra a violência policial.
Contra as desapropriações no pinheirinho e em outros locais.
Organização: Comitê Contra o genocídio da população Negra - SP

Assinam:

Amparar (Assoc. de Amigos e Familiares de Presos/as)
Anastácia Livre
Centro Acadêmico de Ciências Sociais Florestan Fernandes (Uninove)
Centro de Resistência Negra
Círculo Palmarino
Coletivo AnarcoPunk SP
Coletivo Anti-Homofobia
CONEN
Consulta Popular
Empregafro
Força Ativa
Fórum Popular de Saúde
FORUM DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DA SÉ
Juventude Socialista
Levante Popular da Juventude
Mães de Maio
Movimento Negro Unificado (MNU),
Movimento Quilombo Raça e Classe,
MST
Núcleo de Consciência Negra na USP
Sarau da Brasa
Setorial LGBT da CSP-Conlutas
Sujeito Coletivo – USP
Tribunal Popular
UNEAFRO
UNEGRO
CALENDÁRIO

09 de Fevereiro: Ato Contra o Racismo - Em frente ao Teatro municipal de SP - a partir das 12h Agitação Cultural - 18h Ato político

21 de Março (Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial): Ato de Protesto em várias regiões de SP.

13 de Maio de Luta: Denúncia da falsa abolição da escravidão dos negros no Brasil. Participe conosco dessa luta!

CONTATO:
Blog: www.contraogenocidio.blogspot.com

FONTE: Portal Geledés